ARTRITES TÊM CURA (PARTE II)

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ARTRITES TÊM CURA – continuação

Talvez um parêntesis seja oportuno. De modo algum sou contra os medicamentos. Mas pertenço àquele grupo de pessoas que acham que eles devem ser usados criteriosamente. Quem tem uma infecção aguda, por exemplo, uma pneumonia, pode morrer se não fizer uso de um antibiótico. E em muitos outros casos.

Fiquei sabendo que um determinado lama tibetano veio ao Brasil proferir uma série de palestras. Durante esse roteiro, num certo dia, foi acometido de fortíssima dor de dentes. Levado ao dentista, este diagnosticou uma inflamação de canal e que este deveria ser tratado. O monge recusou tomar anestesia. Conhecedor de inumeráveis técnicas de relaxamento, achou que suportaria a dor desse tratamento. Mas não suportou e pediu ao dentista que lhe aplicasse uma anestesia. A anestesia é uma das mais maravilhosas drogas que já foi descoberta! Se não existisse, ainda estaríamos embebedando as pessoas para operá-las ou então arrancando-lhes os dentes no ‘tranco’.

 

No livro Curando a artrite sem usar medicamentos, que estamos comentando, a autora, enfermeira Margaret Hills, combateu sua primeira crise de artrite reumatoide, muito grave, tomando doze aspirinas por dia que era, aliás, naqueles longínquos anos de 1946, o único medicamento disponível para combater inflamações. E assim saiu da crise.

E se fosse hoje, uma pessoa saindo da crise aguda tomando aspirinas, quanto isso custaria?

Ainda conforme o levantamento que fiz, esse custo, se a pessoa tomasse doze comprimidos por dia durante trinta dias, ficaria em torno de R$ 200,00, valor bem diferente, diga-se, daqueles de escolha (antiTNF) que ficam em torno de R$ 17.000,00.

Realmente as aspirinas viraram medicamentos de pobre. A indústria da doença tem medicamentos muito mais caros. Muitos doentes com baixa autoestima devem se sentir empoderados quando o SUS lhes entrega uma ampola e eles ficam sabendo que a mesma custa mais de R$ 8.000,00. “Estou consumindo remédio de rico”, devem pensar e sorrir satisfeitos. Talvez as suas dores até diminuam um pouco, por alguns minutos, quando eles pensam assim.

É claro que as aspirinas, além de custarem mais barato e terem menos efeitos colaterais que esses medicamentos citotóxicos, não tratam a doença. Como anti-inflamatórios, as aspirinas apenas ajudam a regredir o quadro, assim como fazem regredir as crises de enxaqueca. Mas, no dia seguinte, as dores estão lá novamente.

O grande lance, que já observamos, foi que a enfermeira Margaret descobriu que a artrite reumatoide é uma doença alimentar. Quando a alimentação é corrigida – além de outras medidas simples que ela descreve no livro – o quadro regride, frequentemente para sempre. Ou seja: a cura ocorre.

 

Existem vários tipos de dietas alimentares propostas pelas várias escolas de naturopatia em relação às doenças crônicas. No entanto, todas elas eliminam as carnes vermelhas, grande parte dos laticínios, alimentos industrializados, açúcar, farinhas refinadas e outros que temos discutido de seus cardápios. Além disso, essas várias escolas reconhecem que, por trás de todas – ou quase todas – as doenças crônicas (e agudas também) a boa alimentação é fundamental e é o primeiro fator de risco que deve ser alterado quando alguém tem uma dessas doenças.

Diz o Dr. Márcio Bontempo: “A alimentação equilibrada e pura, livre de produtos químicos e tóxicos, baseada em produtos integrais selecionados segundo critérios filosóficos, é o mais importante recurso terapêutico hoje utilizado pelas principais escolas de medicina natural.”

Continua o Dr. Bontempo: “No início do século XX, dispunha a Humanidade de cerca de 800 alimentos conhecidos. Hoje, essa cifra chega a perto de 30.000 nomes de ‘coisas para comer’ (isto consta da edição de 1988; agora deve ser muito mais; nota de NT.), incluindo refrigerantes, enlatados, etc. Isto significa que criamos artificialmente cerca de 29.000 produtos”.(4)

São muitas as terapias complementares sugeridas por essas escolas: acupuntura, argiloterapia, do-in, fitoterapia, hidroterapia, jejum, homeopatia, vários tipos de massagens e muitas outras.

Os livros que consultei (não muitos) sobre o tratamento natural para artrite reumatoide apresentam as terapias disponíveis, mas pouco encontrei a respeito de dados estatísticos que comprovem a eficácia dos tratamentos sugeridos, exceto os já referidos pela enfermeira Margaret. Porém, encontrei duas publicações que valem a pena ser citadas.

Catharina Walzberg, além de discutir em detalhes várias das terapias citadas acima em seu livro Você pode ter saúde, basta querer (5), faz menção a um tratamento de artrite reumatoide ocorrido na Inglaterra em meados do século passado.

 

Resumindo, a história é a seguinte: uma médica reumatologista de um hospital londrino interessou-se em fazer um estágio em uma clínica naturopata alemã para verificar porque doentes com artrite reumatoide e outros tipos de reumatismo crônico tinham tão bons resultados, o que não acontecia no hospital onde trabalhava (e em nenhum outro, acrescentamos). Voltou entusiasmada com o que viu e pediu à direção do hospital em que trabalhava que lhe entregasse para tratamento uma enfermaria com doentes artríticos desenganados e obteve autorização para tratá-los somente com uma dieta alcalinizante (onde a maioria dos alimentos nocivos citados acima é retirada), sem qualquer outra terapia ou medicamentos. Diz dona Catharina: “Das doze pacientes, todas praticamente imobilizadas pela deformação de suas articulações, dez voltaram a andar e a levar uma vida normal. Somente duas tiveram um resultado menor. Mesmo estas, porém, tiveram a sua mobilidade e o seu estado geral bem melhorados.” Prossegue relatando sobre uma das pacientes, de 55 anos,  que estava totalmente travada na cama, com todas as suas juntas deformadas e rígidas. Sofria de dores lancinantes, apesar da grande quantidade de medicamentos que tomava. Após 13 meses de tratamento com a dieta alcalinizante, saiu caminhando do hospital e foi para casa, tomando um ônibus, sem nenhum tipo de auxílio. Afortunadamente, a paciente foi localizada dez anos depois: estava melhor que quando deixou o hospital, levando vida totalmente normal. Continuava fazendo uma dieta vegetariana.

O outro testemunho vem do Dr. Ernst Günter, naturopata alemão, já falecido, que, em seu livrinho “Saúde para você: 100 depoimentos de cura (6) descreve inúmeros casos de regressão da artrite com a dieta crudívora.

 

Até aqui falamos dos cuidados que se devem tomar em relação ao corpo físico nos portadores de artrite reumatoide e outros tipos de reumatismo, o que vale, também, para outras doenças consideradas crônicas. Procuramos mostrar que existem várias maneiras naturais de se interromper o curso da doença e obter a sua regressão; em muitíssimos casos, a regressão do quadro é total.

Mas ainda há outro aspecto a considerar: a mudança interior do paciente. A enfermeira Margaret diz que a sua cura só foi possível quando se interiorizou, mudou a maneira como enxergava a vida e passou a viver conforme novos parâmetros. O simples fato de deixar um tratamento convencional de lado, que não leva à cura, e substituí-lo por outro – e nele confiar – já representa uma mudança interior inestimável.

E isso ocorre porque, para nós, as doenças começam nos chamados corpos sutis e, no final, se manifestam no corpo físico. Assim, quando aí se manifestam, é porque chegaram “no fim da linha”, ou na estação final. Então, a doença física é um sintoma de que nos corpos sutis (mental, emocional e espiritual) algo não anda bem e está em desequilíbrio com aqueles propósitos maiores da alma.

Com os tratamentos do corpo físico, discutidos sumariamente, faz-se uma limpeza do corpo; o tratamento só estará completo se acrescentarmos a essa limpeza corporal a limpeza desses corpos sutis. Não somos seres divididos em corpo e mente (ou espírito, ou outro nome que se queira dar), mas somos um só, tudo integrado, uns corpos agindo o tempo todo sobre os outros.

No nosso artigo Explorando o nosso mundo interior procuramos dar uma ideia mais completa sobre esse fascinante assunto. Convido-o a lê-lo, clicando AQUI.

Bibliografia

  • Hills, Margaret. Curando a artrite sem usar medicamentos. São Paulo: Cultrix, 2005
  • Gomes, R. K. S. et alii. Impacto da artrite reumatoide no sistema público de saúde em Santa Catarina, Brasil: análise descritiva e de tendência temporal de 1996 a 2009. Rev Bras Reumatol. 2017; 57(3): 204-209
  • https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2018/08/15/erros-em-hospitais-matam-148-pessoas-por-dia-no-brasil-diz-estudo.htm?cmpid=copiaecola
  • Bontempo, M. O livro da medicina natural. 9ª Ed. São Paulo: Global:Ground, 1998
  • Walzberg, C. Você pode ter saúde, basta querer: a fascinante naturopatia europeia ao seu alcance. São Paulo: Barany, 2013
  • Günter, E. Saúde para você: 100 depoimentos de cura. Editado pelo TAPS, s/d

Escrito por: NILTON TORNERO